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E da mão do anjo subiu diante de Deus
a fumaça do incenso com as


orações dos santos.
Ap. 8:4

...e taças de ouro cheias de incenso,

que são as orações dos santos.
Ap 5:8c

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Os quatro altares na história de Abraão"

 
 
"Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. " Marcos 11:2
 
Tomando como base a vida de Abraão, podemos ver de vários ângulos, um modelo de vida de fé e de crescimento espiritual constante. Quero enfocar aqui, a marca que distingue sua jornada e peregrinação espiritual: Os "altares" que Abraão levantou, o conduzem tanto a um crescimento de sua visão de Deus, quanto a um crescimento e formação do "caráter de Cristo" em seu homem interior.
Nosso crescimento espiritual é descrito na Palavra de Deus, como um processo lento e contínuo de apropriação do caráter moral de Deus, ou seja, o caráter de Cristo. O Salmo 84:7 diz: "Vão indo de força em força..."; em Romanos 1:17 diz: "...de fé em fé..."; II Coríntios 3:18 diz: "...somos transformados de glória em glória..."; João 1:16diz: "Porque todos nós temos recebido ... graça sobre graça."
Um altar é um símbolo nas escrituras de adoração e consagração a Deus. Não edificamos um altar para nós mesmos, mas para adorar a Deus, oferecer sacrifícios a Ele e invocar o seu nome. O altar é símbolo de uma vida espiritual, uma vida com Deus. Abraão foi chamado "amigo de Deus" em Isaías 41:8, e essa comunhão, marcada pela vida de altar, revela a essência do que é a verdadeira vida espiritual, ou seja, ela não consiste na medida de nosso conhecimento e instrução acerca das coisas de Deus, mas no quanto somos "amigos de Deus", no quanto andamos com Deus, no quanto Deus nos têm como seu amigo em comunhão!
Abraão já em sua maturidade de vida, disse em Gênesis 24:40: "O Senhor, em cuja presença eu ando...", expressando assim a qualidade e a própria essência de toda a vida espiritual. Frequentemente nós desejamos que Deus ande conosco e que Deus abençoe nossos caminhos, mas a marca da consagração é andar com Deus em seus caminhos! É necessário um verdadeiro quebrantamento, deixando o trabalho da cruz arando sobre nossas almas, e termos uma disciplina espiritual para andar com Deus!
Sabemos que o altar no Velho Testamento é uma figura da cruz no Novo Testamento, onde o verdadeiro cordeiro pascal foi imolado. O nosso Senhor Jesus Cristo e a cruz são inseparáveis! Sem a cruz Cristo não é Cristo e Ele não pode nos salvar! A cruz, mais do que um simples objeto de tortura para alguns, ou um simples objeto de adorno para outros, define a própria natureza de Cristo! E quanto a nós? Um cristianismo sem cruz não é cristianismo de forma alguma, e sim uma pobre imitação da doutrina de Cristo. Uma vida cristã sem cruz não é vida cristã, mas apenas um "ego" adornado com os ensinos de Cristo! Nós necessitamos da cruz tratando profundamente conosco, para que possamos ser homens e mulheres espirituais, vivendo vidas espirituais e andando com Deus desfrutando de uma verdadeira comunhão com o Espírito Santo.
Durante a vida de fé de Abraão, nós constatamos a edificação de quatro altares.Esses altares foram erguidos no processo de sua jornada interior de conhecimento de Deus e amizade com Ele. Cada um destes altares aponta para um aspecto do trabalho da cruz em nossas almas, ampliando assim a nossa consagração, ou seja, o nosso relacionamento com Deus e nossa verdadeira espiritualidade.
 
1°- ALTAR DA REVELAÇÃO
 
O primeiro altar foi edificado em Siquém (Gn 12:6-7), e podemos chamá-lo de altar da revelação. Deus revelou-se ali a Abraão: "Apareceu o Senhor a Abraão". Precisamos saber que a cruz e a revelação andam juntas. Na medida em que a cruz trata conosco, é que teremos genuína revelação de quem Deus é; de quem nós somos, do que a igreja é e do que o mundo é. Carecemos da visão real destas quatro coisas para que vivamos uma vida que seja verdadeiramente espiritual!
Por causa da cruz, o apóstolo João sabia quem Deus era: "Deus é Amor", "Deus é luz" em I João 4:8 e 1:5. Por causa da cruz, ele sabia quem ele próprio era: "...seu servo (escravo) João" em Apocalipse 1:1, e, "Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança" (Apocalipse 1:9). Pela cruz, ele sabia o que era a igreja: "Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do cordeiro". Pela cruz, ele sabia o que era o mundo: "Não ameis o mundo".
Por outro lado toda genuína revelação de Deus a nós implicará em cruz, ou seja, requererá que depositemos nossos corpos como sacrifício no altar de Deus. Para que aquilo que de Deus foi revelado a nós seja "formado" em nós e que não fique apenas em nosso intelecto como informação a respeito de Deus. Este oferecer do nosso ser ao Senhor diário têm a finalidade de que o trabalho da cruz possa reduzir-nos cada vez mais, fazendo Cristo aumentar em nós cada vez mais. Isto é consagração.
Lembremo-nos ainda que embora seja a regeneração, o nascer de novo que marca o início de nossa vida cristã, mas é a consagração que marca o início do nosso crescimento até a maturidade cristã!
"Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. " Marcos 11:24
 
2°- ALTAR DA SEPARAÇÃO
 
O segundo altar na história de Abraão foi edificado entre Ai e Betel (Gênesis 12:8), e podemos chamá-lo de altar da separação. Abraão deixou Ai para trás e tinha Betel diante dele. Ai significa literalmente "monte de ruínas" e Betel significa "Casa de Deus".
Aqui podemos dizer que é a vida de altar, a consagração, que permite que a cruz separe-nos do mundo, do amor pelas coisas do mundo, enfim de "tudo o que há no mundo" (cobiças, concupiscências e soberba). A cruz coloca o mundo para trás e mantém viva e clara a visão da Casa de Deus que é Betel! E não somente pela visão de Betel, mas a visão da cruz operando em nós, habilita-nos a participar de Betel, como em I Pedro 2:5 fala de "sermos edificados casa espiritual, para sermos sacerdócio santo...".
A cruz nos introduz na igreja como Cristo passou pela cruz e a igreja surgiu. Nós também precisamos "passar pela cruz" para que a igreja em sua realidade prática e viva possa surgir. Só a cruz pode separar-nos do mundo e introduzir-nos na Casa de Deus. Diante de Deus, por causa da obra da cruz de Cristo no calvário, nós nos tornamos a Casa de Deus, a Igreja, o corpo de remidos. Mas o lado subjetivo desta verdade, ou seja, refletir em nosso viver, depende do trabalho da cruz em nossas vidas.
Note que após este segundo altar, Abraão desce ao Egito "para aí ficar" (Gênesis 12:10), contrariamente à vontade de Deus. Como muitas vezes acontece conosco, também Abraão tinha experiências do altar, mas ainda seu "homem natural" não tinha sido completamente tratado revelando uma independencia do Senhor nas suas escolhas e idéias.
O Senhor tratou com ele, misericordiosamente, como observamos em Gênesis 12:10-20, e o trouxe de volta. Ele "fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até ao lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao lugar do altar, que outrora tinha feito...". Abraão voltou ao mesmo ponto de onde se desviou! Deus não pula etapas em nosso discipulado. O trabalho da cruz em nós tem dois lados: o negativo e o positivo. Do lado negativo, "despe-nos do velho homem"; do lado positivo, reveste-nos do novo homem".
Mas devemos ficar atentos para este fato: Quando Deus trata com as coisas negativas de nossa vida diante d'Ele, este tratar não é a essência da santificação, pois esta é essencialmente positiva! Deus nos conduz do ponto de onde nos desviamos d'Ele para, a partir dali, com a vida de altar restaurada, andarmos novamente com Ele e assim prosseguirmos compartilhando do Seu caráter em amizade com Ele. Ainda acrescentamos que, este tratar de Deus conosco em uma área específica de nossa vida (como esta da escolha de Abraão de ir para o Egito), é um tratar progressivo e cada vez mais profundo, pois veja que anos depois Abraão novamente escolhe erradamente um caminho natural, tentando ajudar Deus a gerar Isaque. Neste ato de independência gera Ismael que não é o filho da promessa de Deus.
 
3°- ALTAR DA COMUNHÃO
 
O terceiro altar erguido por Abraão foi levantado logo após a sua separação de Ló em Gênesis 13:14-18. Aqui temos mais um degrau na vida consagrada de Abraão. Este faz a escolha, mas por causa da contenda entre seus pastores e os de Ló, ele pede a Ló que se aparte dele escolhendo seu próprio caminho. Ló faz uma escolha de alguém que realmente não conhecia o altar! Ele escolhe "a campina do Jordão", uma terra boa para sua prosperidade econômica, e vai armando suas tendas até Sodoma, um lugar de julgamento, pecado, figura do mundo!
Podemos então chamar este terceiro altar de altar da comunhão. Ele foi edificado em Hebrom que significa "comunhão, união". A cruz habilita-nos a ter aquela incessante comunhão com Deus, uma verdadeira amizade com Deus! Como já disse Madame Guyon: "O Senhor se coloca no exato lugar daquilo que Ele põe à morte em nossas vidas". Já compreendemos isso diante do Senhor? Ele substitui para adicionar, Ele divide para multiplicar. Quem conhece o Seu coração pode confiar em Suas mãos!
 
4°- ALTAR DA ADORAÇÃO
 
O quarto altar na vida de Abraão foi erguido no Monte Moriá. Podemos chamá-lo de altar da adoração (Gn 22:1-14). Este altar reflete a vida madura de Abraão e o quanto ele já tinha aprendido diante do Senhor. É de aceitação geral entre os estudiosos de tipologia, que aqui Abraão até mesmo tipifica Deus como o Pai eterno. O que vemos aqui é um homem absolutamente rendido a Deus, a ponto de sacrificar seu único e amado filho.
Um homem que amava Deus a ponto de confiar em Seus caminhos. Abraão nesse ponto era tão sensível à voz de Deus que pôde discernir cada instrução de Deus, em cada passo do doloroso processo de sacrifício.
Abraão o adorou no momento em que oferecia o que tinha de mais precioso! Só a cruz nos torna verdadeiros adoradores do Pai! Sem as marcas da cruz em nossas vidas, nós adoramos a nós mesmos e nossas vidas demais para serem oferecidos a Deus!
Na verdade, neste altar Deus coloca aquela parte mais íntima e preciosa de Abraão, o próprio coração de Abraão que tinha o precioso Isaque. Deus assim tratou profundamente com Abraão, e tornou-o um adorador!
Que nosso querido e fiel salvador faça o mesmo conosco, pela sua misericórdia e para sua própria glória e honra.
 
Romeu Bornelli



 





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